O ''Dona'' já está incorporado ao seu nome (mesmo os mais velhos sò chamam de Dona Ivone). A grande compositora desfila na ala das baianas e é uma das mais atraentes da Escola de Samba Impèrio Serrano. Compõe desde os 12 anos de idade.
"Quando eu ouço falar do juriti
"Quando eu ouço falar do juriti
Eu fico triste a pensar
O meu pobre passarinho voou
E eu nem sei onde é que ele pousou'
È uma letra ingênua, mas que já traz as nuances da base melódica e rítmica dos consagrados "Sonho Meu" e ''Alguém me avisou'', gravados respectivamente por Maria Bethânia/Gal Costa e Caetano Veloso/Gilberto Gil.
Aos 22 anos de idade Dona Ivone Lara já desfilava na Prazer da Serrinha, onde ensaiou para ser porta bandeira, desistindo para se formar compositora de pagodes/partido alto maiores. Enfrentou por muito tempo a resistência dos compositores que não aceitavam mulher na ala dos compositores da escola. Seu primo, Mestre Fuleiro, do Impèrio Serrano, que era ou é diretor de harmonia, botava seu nome nos sambas de Dona Ivone Larra, e derrubava muita gente boa com os pagodes da grande dama do samba. Baiana de nascimento cresceu no Rio de Janeiro. Enfermeira assistente social diplomada, casada e mãe, Dona Ivone dà um bom exemplo ao machismo brasileiro, mostrando, atravès da sua arte e capacidade, toda a habilidade que uma mulher é portadora.
Texto tirado da revista PARTIDO-ALTO, de um amigo chamado: Fernando Damaceno