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Parte à parte.

     Grandes bambas da història do samba, Cartola e Nèlson Cavaquinho. Vamos jogar assim, a Mangueira em pessoa. Os malandros se conheceram na quadra de Mangueira. Nèlson era soldado da Policia na època, ele parou em uma tendinha, deixando seu cavalo amarrado na porta do lugar. Ele ficou tanto tempo proseando com Cartola que quando saiu da tendinha nem o cavalo estava la mais, tinha voltado por conta pròpria para o quartel.
     Um dos encontros, Nelson pediu para que Cartola fizesse a segunda de um samba dele, então feito a obra surgiu a '' Devia ser condenada ''. Um tempo passou e Cartola andando pelo morro da Mangueira, um soldado/polìcia parou Cartola e pediu para apresentar um samba para ele, mais esse samba jà estava mais que apresentado, estava na raiz de Cartola. Então Cartola ouviu o samba e logo olhou para o polìcia e disse : - Mas essa segunda è minha. ' O polìcia logo disse : - Comprei do Nèlson, resolva com ele! 
     Cartola então foi procurar saber da musica com Nèlson, porque Cartola atè vendia mas tinha que ter seu nome no disco. Então encontrando com Nèlson, os dois conversaram e logo Nèlson disse: - Calma Cartola, vendi a minha parte do samba, estava sem dinheiro e vendi... Se quiser venda a sua parte tambèm. 

Devia Ser Condenada
Nèlson Cavaquinho e Cartola

Devia ser condenada ou crucificada
Pois juraste falso
Beijaste a cruz do senhor
E dissestes que me tinha amor

Quando eu ouço as badaladas
Do sino daquela igrejinha
Julgo-me ainda feliz
E que ès toda minha

E quando vejo a torre bem alta
Daquela linda catedral
Fujo da tua amizade infernal

Eu vivo tão magoado
Não sei viver mais ao teu lado
Sò peço a Deus que me dê coragem
Eu preciso esquecer a tua grande mentira
Que me faz sofrer, me faz sofrer... !



     

Um sorriso sempre aberto - 3° Parte!

'' O flautista das calças curtas. ''

        Irineu de Almeida fixou residência na '' Pensão Vianna '', orientando de perto os progressos do flautista. Animadìssimo com o talento do filho, o velho Vianna importou da Itàlia uma flauta espedial que custou a exorbitância de 600$000. Surgiu mais um mùsico na famìlia Vianna. Levado pelo irmão China, que tocava violão, Pixinguinha, com apenas catorze anos, foi contratado para o conjunto da concha, casa de chope da Lapa. '' Uma Copacabana em miniatura '', nas palavras de Pixinguinha.

O famoso Pixinguinha podia rer um chofer à sua disposição ( a foto tirada na cidade de Pôrto Alegre, em 1927 ). e teve tambèm seus automòveis: um Ford 31, um V-8 e um Plymouth. Hoje, sua condução è o ônibus Freguesia.


         O flautista de calças curtas, conhecido em quermesses e festas familiares, logo ganhou fama na vida noturna carioca. Propostas melhores cobriram os 6$000 diàrios que recebia no Concha e ele foi tocar no Ponto, no ABC, no Cassino. Tocava atè de madrugava, entusiasmando todos com o seu sôpro e imaginação. Nem por isso abandonava os hèabitos de soltar pipas e fumar escondidos cigarros fortes da època. '' Tragar um ' Fuzileiro Naval ' era um verdadeiro almoço '', relembra Pixinguinha.
        E là estava o rapazinho empinando seu papagaio quando apareceu um cidadão bem vestido e bem falante que lhe trazia um convite do violonista Artur Nascimento ( Tute ) para tocar com a orquestra do Maestro Paulino Sacramento no Teatro Rio Branco. Pixinguinha, meio assustado, foi saber do que se tratava.
        - Aqui està o flautista de que lhe falei - Disse Tute.
        - Isso, Flautista? - Espantou-se o diretor diante da figura comprida, desengonçado e de calças curtas que Tute lhe indicava.
        O rapazola apresentou-se ao maestro. No dia seguinte, o primeiro ensaio. Os bigodudos mùsicos preocupados com as pàginas da partitura e Pixinguinha tranquilo, soprando limpo e bonito a mùsica inteira, em perfeito entendimento com o resto da orquestra; '' Pegava tudo na antena '', esclarece o artista. E assim, sem olhar sequer para a partitura, Pixinguinha garantiu seu lugar que tocaria na peça Chegou Neves , com o melhor elenco da època.
        A noticia correu pela cidade: o Teatro Rio Branco havia um prodìgio de flautista. Formou-se na platèia uma espècie de torcida, principalmente nas matinês de domingo, quando Pixinguinha fazia solos sensacionais, acrescentando improvisos a cada nova apresentação.

A primitiva formação dos Oito Batutas: Pixinguinha, Raul Palmieri, Josè Alves, China, Jacò Palmieri, Luis de Oliveira, Donga, Nèlson Alves e o empresàrio Josè Segreto ( 24/09/20 ).

Por : Jùlio Medaglia

Aì sim, homenagem ao Casquinha.


Vai ficar de fora malandragem?

Hélio Laurindo da Silva, salve Delegado.

Salve Delegado. 29/12/1921 - 12/11/2012


     Hoje, com 90 anos, se vai o nosso mestre-sala da Verde e Rosa. Malandro que viveu com grandes bambas da nossa història. Com 17 anos jà era mestre-sala da Mangueira, tirando sempre notas altas nos desfiles. Como ele mesmo disse : '' - Comecei no samba aos sete anos e estou aì, com a mesma paixão. ''. Aqui vai uma entrevista que o programa '' È Batucada '' fez com o mestre : È batucada - Mestre Delegado

Que deus o tenha em um bom lugar!


Greve da Alegria - Wilson Batista por Alvarenga e Ranchinho.


Hoje, amanha e depois
Eu não vou trabalhar
Chega... Jà fui escravo o ano inteiro
Mas quando chega fevereiro
O que eu quero,
O que eu quero è sambar

Quando a fabrica apitar
Eu quero estar na orgia.
O patrão jà sabe
Que eu em fevereiro
Faço a greve da alegria...